Por Reação Ambiental
Olá @migos!
Vocês sabiam que o papel esta na lista produtos de maior impacto ambiental?
Vejam isso:
Para se produzir uma arvore são necessários 16 anos;
Uma arvore produz em media 12 mil folhas.;
220 folhas pesam 1 Kg;
1 folha consome 0,045 KW de energia e 0,45 litros de água.
Em alguns paises o consumo de papel pode chegar a 300 kg per capita ao ano (segundo dados do IDEC)
Bem, convido você a continuar lendo esta interessante matéria para entender de forma mais clara o que desejo dizer sobre o lado escuro do papel.
É difícil acreditar que uma simples folha de papel em sua trajetória da matéria-prima ao descarte final cause tantos problemas pelo caminho. Os impactos da produção já são conhecidos, e tão desastrosos que há anos a Europa tratou de “terceirizar” o setor. É claro, para os países em desenvolvimento, onde a fragilidade das leis ambientais, a carência por postos de trabalho e a necessidade de gerar divisas acenaram com boas-vindas.
Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma grande quantidade de água (mais do que qualquer outra atividade industrial), e muita energia (está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia). Em varios estágios de fabricação do papel existem produtos químicos altamente tóxicos tanto para o homem quanto para a natureza.
O alto consumo de papel e seus métodos de produção insustentáveis endossam o rol das atividades humanas mais prejudiciais ao planeta. E na esteira do consumo, cresce também o volume de lixo, que é outro sério problema em todos os centros urbanos.
Para contornar a situação, algumas saídas têm sido apontadas, como a utilização de madeira de reflorestamento, para frear a derrubada nas poucas áreas remanescentes de matas nativas, a redução do emprego de cloro nos processos de fabricação e a reciclagem do papel. Porém mesmo com essas medidas, e ao contrário do que as indústrias procuram estampar nos rótulos de seus produtos, ainda estamos muito longe de alcançar uma produção limpa e sustentável.Atualmente 100% da produção de papel e celulose no Brasil emprega matéria-prima de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (65%) e pinus (31%). Mas nem por isso podemos ficar tranqüilos. Segundo a consultora de meio ambiente do Idec, Lisa Gunn, utilizar madeira de área reflorestada é sempre melhor do que derrubar matas nativas, mas isso não quer dizer que o meio ambiente está protegido. “Quando o reflorestamento é feito nos moldes de uma monocultura em grande extensão de terras, não é sustentável porque causa impactos sociais e ambientais, como pouca oferta de empregos e perda de biodiversidade.”De acordo com algumas pesquisas científicas, a monocultura do eucalipto, por exemplo, consome tanta água que pode afetar significativamente os recursos hídricos.
Segundo Daniela Meirelles Dias de Carvalho, geógrafa e técnica da Fase, uma organização não-governamental que atua na área sócio-ambiental, a indústria de celulose chegou ao Espírito Santo na década de 1960, quando se iniciou um rápido processo de devastação da Mata Atlântica a estinção de alguns rios e a expulsão de comunidades rurais. “A empresa Aracruz Celulose invadiu áreas indígenas em processo de demarcação e expulsou índios tupiniquins e guaranis de 40 aldeias. No norte do estado, a empresa ocupou terras quilombolas, expulsando cerca de 10 mil famílias”, afirma. De acordo com a Fase, atualmente restam apenas seis aldeias indígenas, que reivindicam 10.500 hectares indevidamente apropriados pela empresa, e 1.500 famílias quilombolas.Depois da Aracruz, vieram outras empresas para a região, como a Suzano e a Bahia Sul, que, segundo a geógrafa, ocupam as terras mais agricultáveis e áreas que deveriam ser de conservação permanente. “Tudo com a conivência dos governos, que atuam como facilitadores liberando plantios, autorizando o desvio de rios (como o Rio Doce) para abastecer a fábrica e liberando recursos via BNDES para os programas de expansão das empresas”, critica a geógrafa.
A boa notícia é que a mobilização social na região vem crescendo e já obteve vitórias significativas. Atualmente já são mais de 100 ONGs integrantes do movimento Rede Alerta contra o Deserto Verde, como é denominada a monocultura do eucalipto. Uma importante vitória foi ter conseguido impedir que a Aracruz obtivesse o selo FSC (do Conselho de Manejo Florestal). Para obter a certificação, a empresa precisa do aval das comunidades do entorno.
O preço da brancura
Matéria-prima básica da indústria do papel, a celulose é um material fibroso presente na madeira e nos vegetais em geral. No processo de fabricação, primeiro a madeira é descascada e picada em lascas (chamadas cavacos), depois é cozida com produtos químicos, para separar a celulose da lignina e demais componentes vegetais. O líquido resultante do cozimento, chamado licor negro, é armazenado em lagoas de decantação, onde recebe tratamento antes de retornar aos corpos d’água.
A etapa seguinte, e a mais crítica, é o branqueamento da celulose, um processo que envolve várias lavagens para retirar impurezas e clarear a pasta que será usada para fazer o papel. Até pouco tempo, o branqueamento era feito com cloro elementar, que foi substituído pelo dióxido de cloro para minimizar a formação de dioxinas (compostos organoclorados resultantes da associação de matéria orgânica e cloro). Embora essa mudança tenha ajudado a reduzir a contaminação, ela não elimina completamente as dioxinas. Esses compostos, classificados pela EPA, a agência ambiental norte-americana, como o mais potente cancerígeno já testado em laboratórios, também estão associados a várias doenças do sistema endócrino, reprodutivo, nervoso e imunológico.
Mesmo com o tratamento de efluentes na fábrica, as dioxinas permanecem e são lançadas nos rios, contaminando a água, o solo e conseqüentemente a vegetação e os animais (inclusive os que são usados para consumo humano).A Europa já aboliu completamente o cloro na fabricação do papel. Lá o branqueamento é feito com oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio, processo conhecido como total chlorine free (TCF). Já nos Estados Unidos e no Brasil, e em favor de interesses da indústria do cloro, o dióxido de cloro continua sendo usado.
Reciclagem
Reciclar papel e papelão não só ajuda a reduzir o volume de lixo como evita a derrubada de árvores. No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem. De todo o papel reciclado, 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.
Segue algumas dicas de consumo
- Reduza o uso de papel (e de madeira) o máximo possível.- Evite comprar produtos com excesso de embalagem.- Ao imprimir ou escrever, utilize os dois lados do papel.- Revise textos na tela do computador e só imprima se for realmente necessário.- Dê preferência a produtos reciclados ou aqueles que trazem o selo de certificação do FSC.- Separe o lixo doméstico e doe os materiais recicláveis para as cooperativas de catadores. Saiba que 80% do papel que consumimos é na forma de embalagens.- Organize-se junto a outros consumidores para apoiar ações sócio-ambientais e pressionar o governo a fiscalizar empresas, criar leis de proteção ambiental e programas de incentivo à produção mais limpa e com controle de efluentes.- Use filtros, guardanapos de pano.
Proponho uma reflexão:
- Quantas folhas de papel você utilizou hoje? Quantas você jogou no lixo, ou viu outras pessoas jogando? E ainda, quantas você se deparou hoje que estão jogadas nas caixas ou nos cantos de seu local de trabalho que não são utilizadas?
Entender.
Refletir.
Mudar e
Agir.
Abraços
OBS.: As referencias e os dados informados foram em sua maioria retirados do site do IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumido – na aba – Revista do Idec On Line – serviços ambientais (nesta fonte é possível ler esta matéria completa e outras ainda).
www.reacaoambiental.com.br
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